A Objetividade Nossa de Cada Dia

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Por: Wilson Albino Pereira.

Desde que ingressei na faculdade, descobri com a ajuda de livros, aulas e Mestres, que dentre os requisitos para ser jornalista, é importante saber contar histórias e dominar as tecnologias diversas. Ademais, tem os compromissos com a verdade, ética e objetividade e “pa, pa, pa”.

Mas será que as perguntas (descritores) “ O que?, Quem?, Quando?, Onde?, Como? e Por quê?”dão conta de reunir respostas suficientes para esclarecer assuntos mais complexos? Será que a objetividade, um dos considerados pilares do jornalismo, por causa disso, não fica em xeque? “Saber manejar técnicas narrativas” talvez promova um equilíbrio entre os variados níveis de linguagem.

Tais dúvidas surgiram depois que entrevistei uma garota de programa que saiu da Bahia e de zona em zona chegou à Capital das Alterosas. Em 20 min. de conversa sem reservas, lacunas ou reticências falou-me de tudo: de psicotrópicos que toma para dormir, dos 30 programas que faz diariamente,  relatou-me também sobre calotes, agressões verbais e físicas que sofre, contou-me sobre a ferocidade de alguns homens durante o ato sexual, disse-me inclusive que fora violentada aos 14 anos pelo próprio pai, e que fugira de casa aos 16, depois resistir à violência sexual praticada pelo homem que devia defender-lhe ao invés de surrá-la. A mulher também revelou-me seus maiores sonhos – “deixar de ser mulher da vida e formar família”. Mas… Estes fatos… São recorrentes na vida de quem é puta. As repostas sufocam as perguntas (os descritores). Trocando em miúdos, fogem à objetividade.

Publicado por wilsonalbinofotografo

Nasci em 23 de Julho de 1976, em São Paulo - Capital. Sou Jornalista e fotógrafo formado pelo Uni-BH. Amo o que faço.

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